Ayurveda, a Ciência da Vida
Dr. Marco Fabio Coghi
Como viver em harmonia conosco mesmo e
com a natureza?
Essa é uma das perguntas que todos nós
nos fazemos desde tempos mais remotos até os dias atuais. A resposta
a essa pergunta, segundo os sábios antigos da Índia, conhecidos como Rishis, encontra-se no Ayurveda. Ayus (ou Ayur),
do sânscrito, significa Vida, e Veda é Ciência ou ainda,
Conhecimento. Portanto, o Ayurveda é entendido a como sendo a
Ciência da Vida, o conhecimento de como viver de forma correta em harmonia consigo mesmo e com todo Cosmo.
Embora o Ayurveda seja por vezes
confundido como sendo um tipo de medicina complementar/alternativa, ele é
muito mais abrangente do que podemos imaginar. Leva em consideração os diferentes aspectos da vida e sua relação com
as leis universais que regem o macro e o microcosmo. O
Ayurveda foi concebido pelos antigos sábios hindus através de séculos de observação da natureza interna e externa do
homem, e pela descoberta das leis naturais que subjuga a
tudo e a todos.
Conta a lenda que o homem, há milhares
de anos, era feliz, forte e saudável.
Porém, com o passar das eras e ao
afastar-se dos princípios éticos que os norteavam, veio a sofrer as conseqüências dessa ação: tornou-se fraco e doente. Os
sábios de então se reuniram em uma grande assembléia, aos pés dos
Himalaias, para debater e encontrar uma solução para a decrepitude
humana: como eliminar as doenças e o sofrimento e resgatar sua integridade. Foi quando o deus Indra passou o
conhecimento do Ayurveda para o sábio Bharadwaja que
disseminou aos demais sábios.
Os conceitos do Ayurveda formam
reunidos inicialmente em um compêndio, conhecido com Charaka Sumhita,
os Ensinamentos de Charaka. Charaka foi um grande médico que viveu em época ainda não determinada com precisão:
muitos autores defendem a data de 1.000 a.C, e que reuniu
todo conhecimento da medicina existente na época. Outros livros-textos
importantes do Ayurveda vieram a seguir, como o Sushruta Samhita, escrito pelo cirurgião Sushruta em 800 a.C. e Asthanga
Hridaya, escrito por Vagbhata em 600 a.C.
Mas o que é então o Ayurveda?
O Ayurveda parte do princípio de que o
homem é composto simultaneamente por quatro veículos, de diferentes
“densidades”. A vida só é possível quando os quatro veículos coexistirem simultaneamente. O ser humano é constituído
por espírito, mente, emoções e corpo físico, o
último sendo mais denso dos quatro. Os três corpos “inferiores” sofrem mudanças com o tempo, portanto, são qualificados como
corpos materiais. O espírito (atmã) é inalterado e
é considerado como sendo energia. A saúde é encontrada quando existe um perfeito alinhamento dos quatro corpos. Quando há
dissociação do equilíbrio entre um ou mais corpos, surge a
doença. A doença pode, por exemplo, iniciarse por uma desconexão entre o
espírito e a mente e afetar toda cadeia.
Então, para combater a decrepitude
humana, o Ayurveda se preocupa com a busca do equilíbrio
espírito-mente-emoção-corpo físico. E tem um tipo de tratamento para cada
um deles. Busca restabelecer a harmonização destes veículos.
O Ayurveda é, portanto, mais que um
sistema médico como conhecemos no Ocidente: é um estilo integral
e equilibrado de vida. Nesse estilo de vida, a alimentação é balanceada de acordo com a constituição pessoal. Os exercícios
físicos leves, como o yoga, são praticados de forma
regular. A meditação é usada para elevar a mente a estados mais próximos do espírito, buscando assim a consciência plena.
Ervas, música, astrologia védica,
gemologia, massagem corporal (massoterapia Ayurvédica) entre outras tantas
atividades também fazem parte desse sistema holístico milenar.
O Ayurveda por ser tão abrangente, é
conhecido como a Ciência da Vida, a arte de viver em plena harmonia.
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